Clarissa Campello apresenta sua série de retratos na galeria Caza Arte Contemporânea entre os dias 14 e 23 de Março. São investigações pictóricas que buscam captar o afeto na imagem, conceito tão discutido e controverso, mas que, para a artista, adquire uma dimensão mais profunda e psicológica, como nos retratos do passado.
São imagens afetivas, primeiramente, pelo próprio cuidado na escolha da técnica, a qual exige tempo e dedicação em sua fatura. Em dias como os nossos, quando a imagem parece desgastada e privada de qualquer significado místico que lhe tenha sido atribuído no passado, esta opção tem muito a nos dizer da obra da artista - parece tentar lhe restituir estas características perdidas. Em segundo lugar, o afeto emana das próprias imagens, as quais, devido à destreza da artista em captar as atmosferas possíveis, funcionam como pequenos flagrantes: podem representar momentos tão íntimos e domésticos que nos obrigam a questionar se temos o direito de presenciá-los.
Cada imagem mostra o que é possível ser dito sem palavras, o que fica explícito nos olhares e gestos, o que afasta e o que aproxima, narrativas possíveis a partir do que vemos. Leonardo dizia que “é pecar contra a natureza querer confiar à orelha o que deve ser confiado à vista”, em seu Tratado da Pintura, querendo demonstrar que o olho dá acesso à sensibilidade, diferentemente dos ouvidos. Clarissa Campello deseja que sua pintura seja suficiente neste sentido, que seja capaz de provocar e enlevar seu observador a partir de seu próprio discurso, como uma “poesia muda” – que seja quase silêncio.
São imagens afetivas, primeiramente, pelo próprio cuidado na escolha da técnica, a qual exige tempo e dedicação em sua fatura. Em dias como os nossos, quando a imagem parece desgastada e privada de qualquer significado místico que lhe tenha sido atribuído no passado, esta opção tem muito a nos dizer da obra da artista - parece tentar lhe restituir estas características perdidas. Em segundo lugar, o afeto emana das próprias imagens, as quais, devido à destreza da artista em captar as atmosferas possíveis, funcionam como pequenos flagrantes: podem representar momentos tão íntimos e domésticos que nos obrigam a questionar se temos o direito de presenciá-los.
Cada imagem mostra o que é possível ser dito sem palavras, o que fica explícito nos olhares e gestos, o que afasta e o que aproxima, narrativas possíveis a partir do que vemos. Leonardo dizia que “é pecar contra a natureza querer confiar à orelha o que deve ser confiado à vista”, em seu Tratado da Pintura, querendo demonstrar que o olho dá acesso à sensibilidade, diferentemente dos ouvidos. Clarissa Campello deseja que sua pintura seja suficiente neste sentido, que seja capaz de provocar e enlevar seu observador a partir de seu próprio discurso, como uma “poesia muda” – que seja quase silêncio.
*Leidiane Carvalho é mestranda em Artes Visuais – UERJ
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